Nos últimos meses, acompanhamos dezenas de notícias sobre NFTs. Aqui vamos esclarecer o que são, como surgiram, porque valem tanto, como o Brasil está nesse mercado e como o e-commerce pode se beneficiar.

O que significa NFT?

A sigla NFT significa token não-fungível. Os NFTs são ativos únicos e insubstituíveis, que podem ser desde fotos e desenhos até gifs ou vídeos. Estes ativos são transformados em arquivos digitais e ficam armazenados em um livro contábil chamado blockchain, o mesmo que faz o registro das transações de bitcoin e criptomoedas.

O blockchain é uma espécie de banco de dados que emite a certificação de propriedade ao comprador. Já as criptomoedas são ativos fungíveis, ou seja, podem ser substituídos por outros da mesma espécie em qualidade e quantidade e ainda podem ser fracionadas.

Como surgiram os NFTs?

Os primeiros projetos com NFTs surgiram em 2015. Porém, a primeira transação desse tipo aconteceu em 2017. E, apesar de recente, o mercado de arte digital já conseguiu inúmeros recordes de valores de vendas de NFTs. Um dos primeiros exemplos foi a peça Everyday: the First 5.000 Days, do artista norte americano Michael Joseph Wilkelmann, conhecido como Beeple, que foi leiloada por US$ 63 milhões e, atualmente, está avaliada em US$ 69 milhões

Everyday - the First 5.000 Days

Everyday: the First 5.000 Days, do artista Beeple, foi leiloada por US$ 63 milhões. Hoje está avaliada em US$ 69 milhões

Imagine uma obra como o Abaporu, de Tarsila do Amaral. O quadro não é fungível porque se trata de uma arte única, ou seja, não pode ser substituída por outra. Se tivesse que ser digitalizada e arquivada em um blockchain em vez de exposta em qualquer grande museu, ela seria um NFT.

Colecionar NFTs torna-se similar a colecionar uma obra de arte física e, em ambos os casos, tanto um quanto o outro são altamente especulativos. Isso porque os colecionadores esperam comprar NFTs com preços baixos e revendê-los a um preço bem maior, quando o ativo decolar. Ou seja, os donos lucram conforme as peças vão sendo replicadas.

Abaporu, de Tarsila do Amara

Abaporu, de Tarsila do Amaral, é uma obra de arte única, ou seja, não pode ser substituída por outra. Se fosse arquivada em um blockchain, Abaporu seria um NFT.

 

Como está o mercado de NFTs no Brasil?

Um estudo sobre o comportamento do usuário do “Blockchain User Behavior Report”, revela que o Brasil ocupa um lugar de destaque em termos de adoção de tokens não-fungíveis e participação de mercado.

O país finalizou dezembro de 2021 na 3ª posição do ranking de endereços ativos únicos de colecionáveis em NFTs, literalmente colado às Filipinas, o segundo colocado, de acordo com o relatório. Em primeiro, temos os EUA.

 

Por que os NFTs valem tanto?

Muitas celebridades têm investido milhões nos NFTs. É o caso recente do jogador Neymar, do rapper Snoop Dogg e do músico Justin Bieber.  O que faz esses ativos terem relevância é a lei da oferta e demanda: quanto mais engajamento receber uma coleção, mais valioso será o preço de venda.

Por serem tokens únicos os itens se tornam mais valiosos, além de receber muita influência de tendências do mercado e destaque na imprensa pela quantidade de celebridades que passaram a investir valores altíssimos nos NFTs.

 

NFTs no e-commerce

Os ativos digitais têm chamado atenção dos principais players globais de e-commerce.  Ebay e Shopify anunciaram em 2021 que irão permitir aos usuários que façam a venda de seus tokens por essas plataformas.

Outros gigantes do e-commerce também aderiram à comercialização de NFTs: OpenSea, Rarible, Nifty Gateway etc. No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2303/2015, que dispõe sobre a regulação do mercado, mas ainda precisa ser votado no senado.

 

NFTs e o futuro do varejo

O fato é que o mercado dos NFTs é promissor e vai permitir que o varejo ofereça novos tipos de transações e usuários sem limites para trocas monetárias, ou seja, um comércio mais descentralizado.

Agora que você já conhece o significado dos NFTs, como surgiram e porque valem tanto, deixe aqui nos comentários qual a sua opinião sobre essa nova visão de futuro da economia.