A Web3 promete revolucionar o jeito que vivemos online, inclusive o jeito que consumimos. Em primeiro lugar, o foco da nova internet é descentralizar e fortalecer o conteúdo desenvolvido pelo usuário, ao mesmo tempo que promove privacidade, segurança e anonimato.

Isso será possível com a consolidação do blockchain, um livro público compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de transações e o rastreamento de ativos em uma rede empresarial. Essa será a nova base da chamada Web3, pois sua estrutura é descentralizada. Isto é, a rede e os próprios usuários controlam as informações armazenadas.

Atualmente, nossos dados são controlados pelos grandes servidores da Amazon, Google e Microsoft. Ou seja, a riqueza não vem dos produtos que comercializam apenas, mas, sim, dos dados coletados dos rastros que nós, usuários, deixamos durante a navegação. A partir de uma simples pesquisa na internet, os servidores preparam as estratégias para que sejam mais assertivos ao sugerir conteúdos e produtos aos usuários.

O criador da Web3 é o britânico Gavin Wood, considerado o cofundador da rede de blockchain Ethereum, a mesma que comercializa as criptomoedas. Essa rede é considerada a mais segura das transações digitais, pois permite a criação de uma cadeia de dados que torna a comunicação e livre de interferências.

 

Primeiros passos da Web3 no Brasil

No Brasil, por exemplo, há algumas iniciativas em prol da privacidade dos usuários. Em fevereiro de 2022 foi declarado que a proteção de dados é Direito Fundamental. Promulgada como emenda constitucional 115, elenca a proteção de dados como garantia fundamental e tem o objetivo de promover a dignidade humana e proteger o cidadão.

Já a chamada LGPD (Lei de Proteção de Dados) passou a valer em agosto de 2020. Ela visa garantir segurança para os usuários da internet que realizam compartilhamento de dados, seja por conta de compras online ou por uso de redes sociais. Nesse meio tempo, o processamento de dados deve ficar claro para o usuário e ele pode ter o poder de dizer “não” ao compartilhamento dos dados.

 

Web3: o poder do impacto

Neste novo mundo da Web3, os NFTs, as criptomoedas e o blockchain são os norteadores dos próximos passos. Isto é, diversos investidores já buscam esses recursos como foco de seus investimentos. Entre eles, pasmem, na guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Antecipadamente, ela não acontece apenas por terra, ar e mar: ela tem um front digital.

Especialistas afirmam que dias antes de invadir a Ucrânia, a Rússia passou a divulgar endereços de carteiras digitais nas redes bitcoin e Ethereum para financiar a guerra.

A ação gerou uma receita de mais de US$ 100 milhões doados por anônimos do mundo todo. Por outro lado, ativistas ucranianos lançaram mão dos NFTs com a bandeira do país para obter doações e contar com apoio de voluntários ao redor do mundo. A estratégia deu certo e gerou receita de quase US$ 7 milhões.

Esses fatos mostram que podemos estar muito mais perto da revolução Web3 do que se imagina. Pois, a inexistência de fronteiras digitais acelera muitos processos e começa a dar sinais de que o poder econômico pode se tornar cada vez mais descentralizado.

 

Big Techs e o impacto da Web3

O grande boom do metaverso e a evolução da internet resultaram da explosão das criptomoedas e dos enormes investimentos que estão sendo feitos em NFTs. O metaverso tem movimentado indústrias, empresas e startups. Pois, impactam os atuais modelos de negócios e, consequentemente, as companhias precisarão migrar formatos e soluções de seus serviços.

As mais impactadas são as big techs. Com a tendência do usuário se tornar cada vez mais empoderado. Ou seja, uma mudança de posicionamento e novos modelos de negócios serão necessários para que as empresas sobrevivam na Web3.

Essa revolução da internet é um caminho sem volta. Como toda inovação, a nova era traz também diversos desafios sobre segurança e crimes cibernéticos. Segundo dados do indicador de tentativas de fraudes do Serasa Experian, em 2021 houve mais de 4 milhões de tentativas de fraudes registradas. Sendo assim, será necessário rigor nas questões legais, regulatórias e fiscalizatórias da Web3.

 

O metaverso chega ao e-commerce

Na era do consumidor mais independente, exigente, descentralizado e consciente, quem não quiser ruir, terá que se reinventar. O varejo é um dos setores que já está se adaptando à nova realidade.

As novidades no digital abrem um espaço enorme de oportunidades ao varejo, tanto na criação de novos negócios quanto de reposicionamento e adequação à Web3.

As grandes empresas estão investindo pesado na criação de seus mundos virtuais, e não é para menos. Segundo levantamento da Kantar Ibope Media, 6% dos brasileiros que usam internet já transitam por alguma versão do metaverso, o que equivale a 5 milhões de pessoas. Outro levantamento, feito pela consultoria Gartner, indica que em 2026 um em cada quatro usuários de internet passará pelo menos uma hora por dia nesses mundos virtuais.